quinta-feira, 22 de março de 2012

Capítulo 2 - Grandes descobertas


Aqui estamos nós, com todos os mantimentos e coisas necessárias para nossa
partida.
- Então , galera, vamos nessa! – Disse Makael, empolgado com a idéia de finalmente
conhecer um lugar novo e sumir das terras de Perfugium.
Avia ficou meio relutante, deu pra perceber pela expressão de seu rosto, mas foi algo
passageiro e um grande sorriso apareceu no seu rosto logo em seguida. Acho que
todos nós, por mais temerosos que estamos do que iremos encontrar pelo caminho,
estamos também excitados com o fato de vivenciar coisas novas.
Chegando na entrada que Makael encontrou para Unknown, ele confessou que a
entrada parecia um pouco diferente do que ele havia visto da primeira vez, mas logo
em seguida disse que talvez tivesse sido coisa da imaginação dele. Espero que seja só
isso mesmo.
Ao entrarmos na passagem, tudo se enegreceu. Decidimos não utilizar nossas tochas
por enquanto, e seguir no escuro mesmo. Aparentemente aqui tudo é normal. Um
caminho estreito, que vai dar sabe-se lá onde.
Depois de algum tempo de caminhada (não sabemos exatamente quanto tempo, pois
não temos o tempus mais para nos situar), Hidari avistou três caminhos ao fim do
nosso túnel, na qual levavam a três caminhos distintos. Decidimos votar para qual
caminho seguir, e não nos separar, pois isso nunca é uma boa idéia. Então, por
votação, ficamos com o túnel do meio, e lá seguimos adiante por mais um tempo.
Quando chegamos no fim, demos de cara com o topo de uma montanha, com vista
para o Inferno. Foi a primeira vez que nós cinco vimos como era o inferno. Eu
imaginava que avistaria milhares de fedidos vagando por lá, mas não. E não me
parecia um lugar tão feio quanto os habitantes de Perfugium relatavam. Claro, muitas
partes não se via nada além de barro, terra e rochas. Porem, podia-se avistar no
horizonte morros com uma cor esverdeada. Era uma cor mais bonita do que a cor
avermelhada que podíamos ver abaixo da montanha.
Pro lado esquerdo do final da caverna, haviam umas estreitas escadas que
aparentemente levavam para o topo da caverna. Eu iria seguir por ali, mas Hidari me
impediu:
- Flameus, se essas escadas estão ai, obviamente alguém as construiu. E se
chegarmos ao topo e dermos de cara com os sentinelas de Perfugium, iremos ser
punidos. E sabe-se lá qual tipo de punição ganharíamos. Eu voto para que voltemos
para os 3 túneis, e entremos em outro. Afinal, nossa busca é dentro de Unknown, e
não no inferno.
Flameus ficou pensativo por uns segundos, e respondeu:
- Você tem toda razão meu amigo, todos concordam com Hidari?
A resposta soou em alto e bom coro:
- Sim!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Capítulo 1 (Continuação) - O refúgio

 Me chamo Flameus. Minha mãe me disse que há muito tempo atrás as pessoas possuíam dois nomes, ou mais. Aqui em Perfugium temos só um. Minha mãe se chamava Abella.
 Tenho quatro amigos em quem confio aqui, e que já me deram sua palavra que irão comigo em busca de meu pai. Avia que tem 17 anos. É a mais esperta, porém a mais medrosa. Castelar, 19 anos. Impulsivo pra caramba, mas muito esperto. Hidari, 16 anos, cheio de disposição, porém age sem pensar muitas vezes. E por fim, Makael, 21 anos, meu melhor amigo. Assim como eu, Makael já está cansado de ficar preso somente nessa parte de Perfugium e acredita que Unknown não seja esse lugar que dizem ser. E por isso, ele é o mais determinado a partir. Avia, Castelar e Hidari só estão indo conosco porque nunca nos separamos, e não seria agora que iríamos! Palavras de Avia.
 Meu aniversário é daqui a 4 horas, e nossa fuga já está planejada.
 Aqui embaixo o tempo é controlado pela torre central. É uma torre enorme, e lá em cima se encontra o Tempus. Minha mãe falou que há muito tempo atrás, todo mundo ou quase todos tinham um desse, só que menor. Mas com o tempo a energia foi se acabando e eles pararam de funcionar. Foi ai que os Sapientem, que são as pessoas mais sábias de Perfugium, tiveram a idéia de construir o Tempus, para que não nos percamos nas contagens dos anos e dias e horas. Ele é basicamente alimentado pela luz da tocha do Inferno. Pelo que falaram todo dia a tocha fica sempre 1 hora apagada, que é o horário que é reposta a água dos rios do inferno. Chamam isso de chuva, mas também não sei o que é. Assim, quando o Tempus fica parado, os patrulheiros do tempo sabem que quanto ele voltar a trabalhar, devem acrescentar 1 hora.
 Quando os dois Ponteiros do Tempus se encontrarem na primeira linha do tempo será nossa despedida de Perfugium. Iremos em direção ao Oeste, que é onde há uma entrada para Unknown que não é vigiada. É uma passagem muito estreita, que foi descoberta por acaso por Makael. Bom, pelo menos esperamos que essa passagem nos leve para Unknown.
 Combinamos de nos encontrar na passagem, e levarmos comida, água e roupas. Afinal, sabe-se lá o que podemos encontrar ou quanto tempo podemos demorar. Melhor prevenir.
 Ah, esqueci de um detalhe importante: Nós de Perfugium conseguimos enxergar no escuro, porém apenas em preto e branco. Nada de cor, nada de vida. Por isso, preferimos manter as tochas acesas. Minha mãe falou que nós conseguimos essa habilidade com nossos antepassados, pois eles passaram muito tempo aqui embaixo no escuro e os olhos acabaram se adaptando ao ambiente escuro, mas nunca deixando de lado a visão como era antes, quando havia luz por todo lado.