segunda-feira, 19 de março de 2012

Capítulo 1 (Continuação) - O refúgio

 Me chamo Flameus. Minha mãe me disse que há muito tempo atrás as pessoas possuíam dois nomes, ou mais. Aqui em Perfugium temos só um. Minha mãe se chamava Abella.
 Tenho quatro amigos em quem confio aqui, e que já me deram sua palavra que irão comigo em busca de meu pai. Avia que tem 17 anos. É a mais esperta, porém a mais medrosa. Castelar, 19 anos. Impulsivo pra caramba, mas muito esperto. Hidari, 16 anos, cheio de disposição, porém age sem pensar muitas vezes. E por fim, Makael, 21 anos, meu melhor amigo. Assim como eu, Makael já está cansado de ficar preso somente nessa parte de Perfugium e acredita que Unknown não seja esse lugar que dizem ser. E por isso, ele é o mais determinado a partir. Avia, Castelar e Hidari só estão indo conosco porque nunca nos separamos, e não seria agora que iríamos! Palavras de Avia.
 Meu aniversário é daqui a 4 horas, e nossa fuga já está planejada.
 Aqui embaixo o tempo é controlado pela torre central. É uma torre enorme, e lá em cima se encontra o Tempus. Minha mãe falou que há muito tempo atrás, todo mundo ou quase todos tinham um desse, só que menor. Mas com o tempo a energia foi se acabando e eles pararam de funcionar. Foi ai que os Sapientem, que são as pessoas mais sábias de Perfugium, tiveram a idéia de construir o Tempus, para que não nos percamos nas contagens dos anos e dias e horas. Ele é basicamente alimentado pela luz da tocha do Inferno. Pelo que falaram todo dia a tocha fica sempre 1 hora apagada, que é o horário que é reposta a água dos rios do inferno. Chamam isso de chuva, mas também não sei o que é. Assim, quando o Tempus fica parado, os patrulheiros do tempo sabem que quanto ele voltar a trabalhar, devem acrescentar 1 hora.
 Quando os dois Ponteiros do Tempus se encontrarem na primeira linha do tempo será nossa despedida de Perfugium. Iremos em direção ao Oeste, que é onde há uma entrada para Unknown que não é vigiada. É uma passagem muito estreita, que foi descoberta por acaso por Makael. Bom, pelo menos esperamos que essa passagem nos leve para Unknown.
 Combinamos de nos encontrar na passagem, e levarmos comida, água e roupas. Afinal, sabe-se lá o que podemos encontrar ou quanto tempo podemos demorar. Melhor prevenir.
 Ah, esqueci de um detalhe importante: Nós de Perfugium conseguimos enxergar no escuro, porém apenas em preto e branco. Nada de cor, nada de vida. Por isso, preferimos manter as tochas acesas. Minha mãe falou que nós conseguimos essa habilidade com nossos antepassados, pois eles passaram muito tempo aqui embaixo no escuro e os olhos acabaram se adaptando ao ambiente escuro, mas nunca deixando de lado a visão como era antes, quando havia luz por todo lado.

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